A
primeira foi a decisão de sustar a campanha da Telessena de Páscoa por anunciar
para o público infanto-juvenil um produto que só pode ser vendido para maiores
de 16 anos (de acordo com regulamentação da SUSEP). A segunda foi a advertência
dada pelo Conar à Ambev, com relação ao ovo de páscoa de cerveja da
Skol.
Ambas
atitudes do Conar seriam dignas de aplausos - se tivessem sido tomadas quando as
campanhas publicitárias estavam no ar, na Páscoa, em março. Mas o Conar só agiu
em junho, quando as campanhas já não eram mais
veiculadas.
Com
isso, não houve nenhum impedimento para que a mensagem indevida da Telessena
atingisse impunemente milhões de brasileirinhos e que a Ambev promovesse bebida
alcoólica através de um produto de forte apelo às crianças. A advertência à Skol
é ainda mais ineficaz, pois não impede que o próximo ano, produto semelhante
seja oferecido.
O
Movimento Infância Livre de Consumismo vê nessas decisões a comprovação de que o
atual sistema de autorregulamentação praticado pelo mercado publicitário
brasileiro é lento, omisso e ineficiente. Fato ainda mais grave quando se trata
da defesa do público infantil.Por isso, exigimos que a publicidade infantil sofra um controle externo como todas as atividades empresariais. Reiteramos nossa postura de que, sem leis e punição, jamais teremos uma publicidade infantil mais ética.
Nós,
mães e pais, exigimos respeito à infância dos nossos filhos e solicitamos que
estas duas atuações não constem dos autos do Conar como casos de sucesso.
Contabilizar pareceres dados depois que as campanhas saíram do ar, como exemplo
da firme atuação do Conar, é propaganda enganosa. E isso contraria o tal Código
de Autorregulamentação que os publicitários insistem em tentar nos convencer que
funciona.
(Este
texto faz parte de uma blogagem coletiva proposta pelo Movimento Infância Livre
de Consumismo juntamente com blogs parceiros. Este movimento é composto por pais
e mães que desejam uma regulamentação séria e eficiente da publicidade voltada
para crianças. Para saber mais acesse: http://www.infancialivredeconsumismo.com.br)
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